Nenhuma jornada é boa quando não se sabe onde ir.

Réveillon, Despertar, Retomar...

A cada novo ano que se inicia desejamos que ele seja feliz e que possamos realizar os projetos e sonhos para o novo ano.

Um misto de crenças, euforia e tristeza nos invade. Para alguns, vestir-se de branco para manter a paz, de amarelo para atrair dinheiro e de vermelho para atrair ou manter a paixão. Já para outros, pular sete ondas, comer sete uvas, consumir lentilha e guardar sete grãos de romã na carteira, são atitudes muito usadas no intuito de trazer boas vibrações ao Novo Ano.

Interessante como fazemos uso da palavra Réveillon para comemorar a passagem do dia 31 de dezembro para o 01 de janeiro.. Esta palavra francesa cujo significado é "retomar", "despertar", passou a ser usada como sinônimo de comemoração a passagem do ano..

O nome do primeiro mês do ano deriva do nome “Janus”, o deus dos portões na mitologia romana. Seu semblante era composto por duas faces, uma voltada para frente, vislumbrando o futuro e outra virada para traz, visualizando o passado.

Como podemos observar, desde os tempos antigos a virada de um ano para o outro deixa sua marca, registrando vários sentimentos nas pessoas. Ao olharmos para o mito romano encontramos a ambiguidade, a cisão tão característica dos seres humanos; ora aprisionados no passado, ora deslumbrados num futuro próximo.

De fato, encontramos pessoas que sofrem ao chegar no final do ano e constatarem que suas metas não foram cumpridas; um manto de tristeza e decepção recobre seus semblantes. Outros, apregoam o desejo de que chegue logo o Novo Ano, na certeza de que será melhor!

Pensamentos mágicos, infantis, como se o tempo, o calendário, os astros, determinassem suas vidas. Ao mesmo tempo, um sentimento de mudanças, do “despertar” do ´status quo´, da prostração, da depressão, passa a ter vigor! Temos a sensação de ser estes os sentimentos despertados nas festividades do romper do ano.

Acordar com o barulho e resplandecer dos fogos, com a música que embala os corações, com a champanhe que embriaga os corpos e com os cumprimentos de “Adeus ano velho, Feliz Ano Novo, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso saúde para dar e vender”.

Entretanto, passadas as festividades a vida segue seu fluxo e o que parecia mágico volta a realidade. Retoma-se o trabalho, as contas a pagar, as frustrações dos sonhos não realizados, o cotidiano de prazeres e desprazeres.

O que nos resta é encarar de frente nossa realidade e buscar dentro de nós mesmos o que desejamos realizar, fazendo o que precisa ser feito.

Você é o comandante de sua vida e de suas escolhas. Para ter um ano pleno de realizações e felicidade é necessário que você saiba o que quer. Isso envolve um grande trabalho de compreensão sobre você mesmo e de sua responsabilidade sobre o seu querer.

E você? Você sabe o que quer?

Maria das Graças Amorim da Hora